“O Estresse Em Medicina Psicossomática”

Conferência em Campinas (Puc).
Publicado no Anais do Simpósio sobre Stress e sem implicação 5-9
Agosto 1996 - Campinas - SP

Prof.Dr.Luiz Miller de Paiva
Alina M. A. P. Nogueira da Silva

Conceito de Estresse

De acordo com Selye (1951), estresse é abstrato; ele não existe em estado puro e, tal como a vida, é muito difícil de ser definido. O estresse em uma rata ou em um homem não existe como tal; ele aparece se combinando com algo, isto é, depende de um agente específico para ser produzido.

Sabemos nós que o estresse é causador de várias enfermidades somáticas, como, por exemplo, a úlcera gástrica ou duodenal, em conseqüência de ser o tubo digestivo "uma caixa de ressonância das emoções". Através das vias nervosas, hormonais e enzimáticas, o estresse emocional desorganiza as funções digestivas e provoca modificações patológicas nas paredes gastroduodenais.

O estresse, segundo Selye (1976) nada mais é do que a tensão do organismo, obrigado a se mobilizar para enfrentar situações perigosas.

Estresse pode ser uma resposta específica a estímulos primitivos, como medo ou raiva, caracterizada por liberação de epinefrina ou norepinefrina, glico e minerocorticóides, os quais produzem determinadas modificações, quais sejam: taquicardia, aumento de fluxo sangüíneo para os músculos, midríase, etc., preparando o animal para fugir ou para lutar. É uma situação transitória que não deixa seqüelas ao organismo, quando muito, uma síndrome temporária - a síndrome geral de adaptação. É isto que ocorre entre as espécies animais e deveria ser, também, o tipo de processo reacional exclusivo do homem se não houvesse ele desenvolvido certas peculiaridades psicológicas, às quais talvez não estivesse biologicamente aparelhadas para enfrentar.

Este é o problema do homem dito civilizado: ele não se encontra preparado para enfrentar estímulos mais complexos, como ansiedades e frustrações. Diante delas, reage o homo sapiens de forma diferente e certamente inadequada, isto é, estresse emocional através do hipercorticalismo relativo (catecolamina aumentada, hipercolesterolemia, hiperglicemia, etc., as quais produzem injúria endotelial e aterogênese).

*Prof. de Ciência do Comportamento da Escola Paulista de Medicina, Didata do Instituto de Psicoterapia Analítica de Grupo da S.P.P.A.G., ex-presidente da Associação Brasileira de Medicina Psicossomática e membro das Sociedades nacionais e internacionais de Psicanálise, Psicossomática, Psiquiatria e Grupanálise.

Selye (1951) chamou de síndrome geral de adaptação o conjunto de reações não específicas desencadeadas por estímulos crônicos de origem traumática, tóxica, infecciosa ou emocional; ele descreveu, também, minuciosamente, o desenvolvimento, sempre idêntico, desses processos biológicos: o organismo responde aos diversos agentes que produzem estresse de maneira sempre idêntica, isto é, por meio de mecanismos fisiológicos de defesa, que dependem, em grande parte, da integridade do córtex da adrenal. 

Os mecanismos excessivos de adaptações são os responsáveis pelas doenças de adaptação, tais como hipertensão, infarto, úlcera, etc. O organismo é, portanto, lesado pelos seus próprios mecanismos de defesa.

No estado de estresse é de bom alvitre pesquisar o tipo de tensão emocional e física em que vive o paciente para podermos aquilatar o fator causal ou desencadeante da doença.

Segundo Selye (1951), Huber (1980), Masci (1981) e Tennant, Langeluddecke, Byrne (1985), o termo estresse é utilizado por três condições: como situação, como reação aguda e como reação a longo prazo.

Nas situações estressantes todos os estímulos do meio ambiente podem ser estressantes, quando adotam características adversas e/ou punitivas. Esses estímulos, para se tornarem estressantes, dependem ainda da sua intensidade, freqüência e qualidade (ruído, frio, calor, cafeína, nicotina, álcool, etc., exagerados). Podendo ser subliminares. Nas reações agudas de estresse, o estímulo com características adversas e/ou punitivas, na dependência de sua quantidade e qualidade pode provocar uma reação orgânica, basicamente em três níveis distintos:

Nível Motor

Relacionado com a tensão dos músculos estriados, constatável pela eletromiografia e, subjetivamente, pelas sensações de tensão no rosto, ombros, nuca, etc.

Nível Vegetativo

Com a liberação de catecolaminas e a excitação do sistema nervoso autônomo, com predomínio simpático, e conseqüente taquicardia, sudorese, aumento da glicemia, incremento das funções respiratórias, estimulação tiroidiana e outras reações, que teriam como objetivo preparar o organismo para um ataque ou fuga.

Nível Subjetivo-Cognoscitivo

Quando afeta a vivência subjetiva de uma situação com reações emocionais como a vergonha, ansiedade, insegurança ou pânico e que afetam também a  concentração mental e a memória.

Na reação crônica de estresse, uma sobredose de estresse pode acontecer e, nesse caso, as conseqüências dependerão da predisposição individual (ego frágil); um organismo mais sensível tendo umbral de excitação maior que os mais estáveis, estando a formação reticular implicada nesse mecanismo. Assim sendo, pode ocorrer:

Um Estágio de Alarme com uma reação de alarme (Reação Aguda de Estresse) reagudizada a cada novo episódio estressante, somado ao estresse inicial.

Um Estágio de Resistência, quando se encontra aumentada a disposição a novas excitações gerais. As várias reações de alarme não alcançadas com maior facilidade têm sua intensidade aumentada e seus efeitos perduram por mais tempo.

Um Estágio de Esgotamento, onde o estresse, finalmente, consegue quebrar todas as resistências orgânicas, com sintomas psíquicos em que predominam a apatia e a sensação de desamparo. O desequilíbrio da formação reticular afeta toda a formação límbica, além de alterações humorais. Há diminuição das defesas imunitárias.

Palmblad, Camtell, Stranger, Froberg, Karlson, Granstom (1976) verificaram, em mulheres, que, o estresse produzido por virose experimental ou insônia produz aumento do interferon, ao passo que a fagocitose e a atividade opsonínica diminuem.

O riso durante horas pode aumentar as células N.K. e outras cininas como o isolamento ou ansiedade (Via, 1996) ou hostilidade cinica (Christensen, 1996) podem decrescê-las (Koh, 1995)(Stephane, 1995).

Inúmeros testes bioquímicos podem auxiliar a revelação do estresse, tais como as dosagens da epinefrina, norepinefrina, fenilglicol, serotonina, ácido úrico, cortisol, 17OHCTS, HC e os testes da beta-endorfina, clonidina, lacticidemia, T3, T4, fenflunamina, melatonina, prolactina, etc., (Miller de Paiva, 1990).

Desde o tempo de Galeno, relacionou-se emoção ao coração. As atenções sobre a fisiologia da emoção foram, posteriormente, localizadas no cérebro, principalmente no sistema límbico; todavia, persiste ainda muita evidência entre distúrbio emocional e sistema vascular, havendo mesmo uma extensa literatura a respeito (Dunbar, 1943; Alexander, 1950; Groen, 1976; Surwit, Williams, Shapiro, 1982).

A Medicina Psicossomática nos seus primórdios da era moderna (1950 - início das publicações do J. Psychosom. Med.) dedicou enorme atenção aos problemas emocionais relacionados aos distúrbios cardiovasculares, principalmente com os célebres trabalhos de Selye (1951) (1976).

A relação "estresse" e aterosclerose foi comparada experimentalmente quando se colocou coelhos em dieta rica em lipídios nos quais se desenvolveu aterosclerose (cerca de 40%); porém, se além da dieta, os animais fossem submetidos a um "estresse" contínuo ou então a administração de benzendrina, cerca de 90% deles apresentavam ateromas generalizados (Myasnikov, 1958; Miller de Paiva, 1966).

No caso de pintos colocados em compartimento isolado apresentam maior intensidade de aterosclerose (inclusive morte) em relação aos criados em vida gregária. O isolamento representa, portanto, um "estresse" para estas aves, principalmente, por se tratar de um "período crítico" de crescimento. Todavia, a principal experiência executada por Myasnikov (1958) foi aquela na qual a excitação dos núcleos ventromediano e do tuber produz aumento do depósito de ateroma na aorta e na artéria coronária, podendo ser evitado pela ação profilática do psicotrópico. Estas experiências evidenciam a importância das emoções na origem desta enfermidade.

Grundy & Griffin (1959) revelaram que em estudantes de medicina durante o período de provas, a taxa de colesterolemia aumentava de 23 a 27% em relação aos níveis encontrados durante os períodos regulares de aulas.

Russek (1959) constatou que fatores emocionais mobilizam lipídeos do tecido para o sangue, inclusive o desencadeamento súbito de uma oclusão coronária.

Myasnikov (1958) em pacientes hipertensos e com aterosclerose constatou que a cafeína e a benzedrina aumentavam a colesterolemia, e, ao contrário, o fenobarbital, cloral hidratado e a heparina abaixavam-na.

Brogdonoff (1961) constatou aumento rápido e significativo dos ácidos graxos livres durante os períodos de estresse emocional. Sloane, Habib, Eveson, Payne (1961), colocando indivíduos em dieta pobre em gorduras durante 8 dias, dividiu-os em 2 grupos designados "altos" (colesterolemia maior que 165.5 mg%) e "baixos" (menos que 107 mg%); verificou que o grupo dos "altos" era composto de indivíduos agressivos, ambiciosos e ditatoriais e, embora não angustiados, estavam sempre insatisfeitos com eles mesmos. Sloane (1961) acha que esses indivíduos sublimam esta insatisfação pela forte necessidade de serem socialmente aceitos, eles têm grandes aspirações e são extremamente competidores, não aceitando a rejeição ou perda de um objeto sem se exteriorizarem, pois não sabem reprimir os seus sentimentos agressivos, motivo pelo qual canalizam-nos nas atividades profissionais. Eles tem medo de serem alienados pelos outros.

O estudo psiquiátrico destes 2 grupos (Sloane, Inglis, Payne, 1962) conseguiu predizer mais os indivíduos que apresentavam maior taxa de colesterolemia estatisticamente significativa (r = 0.58).

Interessante, é que os estudantes com "alta colesterolemia" diziam (conscientemente) que não tinham ambição.

Os experimentos em animais evidenciam que podem ocorrer morte súbita, por arritmia, na dependência do estresse ambiental, como demonstraram Lown, de Silva, Reich, Murawzki (1980) e Verrier (1981), cujos mecanismos biológicos foram bem estudados.

O aumento do risco na doença coronariana em portadores de estresse é fartamente conhecida. Todavia, os prisioneiros em campos de concentração e de guerra, sob forte estado de estresse, não apresentavam o risco de doença coronariana (Eitinger & Strom, 1981; Gill, 1983), porém, aqueles que sofreram um impacto de um furacão, terremoto ou de uma privação (Abrahams, Price, Whitlock, Williams, 1976; Trichopoulos, Zavitsanos, Katsouyanni, Tzonou, Dalla-Vorg, 1983) ou mesmo de uma ignomínia, são atingidos profundamente, trazendo malefícios ao corpo (Kosten, 1987). Estes contrastes, aparentemente incompreensíveis, são decorrentes de estresse por causas das mais variadas, pois uns produzem alterações hormonais agudas e outros estresses acarretam alterações crônicas, ambos podendo contundir o organismo de diferentes maneiras.

Holmes & Rahe (1967) através dos testes por eles inventados (Social Readjustment Rating Scale) verificaram que certos indivíduos que acumulavam altos índices, tinham mais riscos coronarianos do que a população em geral. Lazarus (1966) argumenta que certos eventos da vida não são inerentemente estressantes, eles dependeriam de estrutura pessoal. Miller de Paiva (1978, 1987) mostra a importância da estidade (haeceitas) isto é, da peculiaridade do indivíduo; as respostas ao fator estressante podem depender de sua predisposição genética e de fantasias inconscientes específicas, próprias e características de cada pessoa.

Os conflitos inconscientes preparariam as respectivas respostas aos fatores estressantes. Os estudos apresentados sob diferentes perspectivas para ligá-los entre o estresse ambiental e a enfermidade precisam ser vistos com cautela devido a vários fatores de contaminação, sejam psíquicos (inconscientes), orgânicos e externos.

Connoly (1976) foi capaz de demonstrar que significantes estresses precederam as crises de infarto.

No estresse constitucional prevalece, diante da carga do agente que produz estresse, um fator especial, de fragilidade do ego, estando relacionado com a genética, principalmente com a chamada constituição corporal; aqui se enquadra o Perfil A, chamado assim por Friedman & Rosenmann (1959, 1960), com as seguintes características, como nos mostra a tabela abaixo:

CARACTERÍSTICAS DO PERFIL A

Estes autores estudaram em 125 mulheres "executivas", sem doenças cardíacas, mas com perfil A, e em 132 mulheres com perfil B (40 a 55 anos), num total de 257 mulheres (incluindo 39 freiras), a colesterolemia, a coagulação sangüínea, a incidência de arco senil e estudos radiográficos das coronárias. O grupo A apresentou acentuado aumento de colesterol, mais rápida coagulação do sangue, três a cinco vezes mais hipertensão diastólica e quatro vezes mais incidência de coronariopatia, inclusive infarto do miocárdio, em relação ao grupo tipo B. Scherwitz, Berton, Leventhal (1978) observaram estudantes com perfil tipo A e tipo B, sendo eles selecionados por uma bateria de testes incluindo a prova do frio, cálculo aritmético mental, entrevista sobre comportamento e pressão arterial, pulso e vasoconstrição digital, correlacionando-os com aflição, desempenho, características da voz, intensidade emocional e auto-referência (emoções durante as entrevistas). A maior diferença entre os dois tipos de comportamento apresentou-se nas auto-referências e no tipo de pronunciamento das palavras. O tipo A mostrou aumentada hipertensão sistólica e diastólica, baixa dos batimentos cardíacos, alta ansiedade nos testes do frio, maior ênfase na voz e maior envolvimento emocional. O tipo B mostrou pouca relação de auto-referência a qualquer medida tomada. 

Outrossim, o tipo A mostrou mais acentuado aumento de norepinefrina, epinefrina e coagulação mais rápida.

Friedman & Rosenmann (1970) também estudaram três grupos de homens (grupos A, B, C). O grupo A de 83 indivíduos com intenso desejo de realização, grandes competições e tempo morto (dead-lives), cuja freqüência do arco senil, colesterolemia e incidência de coronariopatias eram altas; grupo B com 83 indivíduos com temperamento oposto; grupo C com 46 indivíduos inseguros e ambiciosos. Constataram que a doença coronária era 7 vezes mais frequente nos indivíduos do grupo A e concluíram que o perfil A parece ser o mais importante dos fatores de risco coronarianos.

A introdução por Rosenmann e col. (1975) do conceito do tipo A iniciou um dos mais proeminentes e controvertidos estudos psicossomáticos da coronariopatia nestas últimas décadas.

Estudos retrospectivos sobre o perfil A e coronariopatias indicam uma ligação real e evidente entre estas duas situações patológicas (Byrne, 1983). Um dos estudos epidemiológicos sobre esta correlação foi feita pela Western Collaborative Group Study (WCGS) (Rosenmann, Brand, Jenkins, Friedman, Straus, Wurm, 1975) envolvendo 3000 homens normais durante 8 anos e meio revelando duas vezes mais risco de adquirir aterosclerose coronária aqueles portadores do perfil A, confirmado pelo Framingham Studies of Coronary Risk (Haynes, Feinleib, Levine, Scotch, Kannel, 1978), cuja pesquisa inclusive, também mostrando mulheres com perfil A chegando a mesma incidência que os homens.

Byrne & Rosenmann (1986) acham que os pacientes do tipo A se comportam, involuntariamente, aumentando o seu estresse ocupacional e social.

Pela nossa experiência, os pacientes coronariopatas, não conseguem evitar o estresse conjugal e familiar, a não ser após anos de psicoterapia analítica (Miller de Paiva, 1990 - capítulo sobre Estidade). Theorell & Rahe (1971); Scherwitz, McKelvain, Laman (1983) e Tennant, Langeluddecke, Byrne (1985) têm a mesma opinião embora estudados por métodos psicológicos e não psicanalíticos.

Em 95 esposas foi aplicado o teste Framingham Type A Scale e Jenkins Activity Survey e verificado que o tipo A de mulher sofria maior estado de estresse e com pior ajustamento conjugal do que as do tipo B (Houston & Kelly, 1987).

A raiva como predisposição para a hipertensão arterial, tem sido citada em diversos trabalhos, dentre eles, 45 hipertensos não medicados, que se submeteram as provas de raiva, expressada no lar e no trabalho, mostravam tendência a hipertensão (Melamed, 1987).

O teste simples para se aquilatar o teor de raiva pode ser feito tirando a pressão arterial, pulso e dosando as catecolaminas plasmáticas, antes e depois do teste do cálculo matemático (Scheneider, Julius, Karunas, 1989). 
Steptoe (1987) confirma, também, a importância da dosagem das catecolaminas no estresse por excitação do simpático.

Seeman & Syme (1987) estudando 119 "executivos de colarinho branco" pela angiografia, verificaram que o indivíduo sentindo-se amado era mais importante em prevenir a aterosclerose coronariana, do que os outros fatores já conhecidos (hipertensão, fumo, colesterolemia, etc.).

O estado de satisfação, felicidade, tende a normalizar a pressão arterial, principalmente a sistólica (em pacientes com labilidade de tensão arterial) ao passo que a raiva e ansiedade tende a aumentá-la, principalmente a diastólica (James, Yee, Harsfield, Pickering, 1986).

A.M.A. Paiva (1983) pesquisou o perfil bioquímico em 25 pacientes coronariopatas (infarto do miocárdio), portadores de comportamento A, encontrando estresse familiar e social (71%), tabagismo (81%), aumento da curva glicêmica (35%), hipertensão (9,0%), do ácido úrico (70%), HDL abaixo de 35 (53%), LDL acima de 150 (62%), colesterol acima de 250 mg (53%), triglicerídeos acima de 200 mg (30%), índice de risco 1 mais que 4,97 (81%) e risco 2 acima de 3,55 (67%).

A.M.A. Paiva & Miller de Paiva (1981) evidenciaram que na aterosclerose coronária encontram-se indivíduos ansiosos, tensos, preocupados e irritados (sigla P.A.I.), sensíveis às rejeições (no amor, trabalho e principalmente, na família), principalmente às ignomínias. Eles vivem em trabalho excessivo, sedentarismo e tensos, além de sofrerem de tanatismo (auto-destruição inconsciente, agredindo para ser agredido), usando defesas maníacas de negação em relação a conflitos infantis (nos períodos de molde). O conflito conjugal e familiar é o mais sério para o índice de risco.

Martinez, T., Paiva, A.M.A. e col. (1989) pesquisaram através de testes de avaliação para os estados de estresse ansioso (ver Anexo A), determinação da personalidade do tipo A e testes fonoaudiológicos para avaliação do comportamento verbal em pacientes dislipêmicos com coronariopatia obstrutiva e sem evidências de coronariopatia obstrutiva e concluiram que houve correlação mais evidente entre estresse e pacientes não coronariopatas, sendo importante ressaltar que ansiedade extrema foi encontrada em pacientes não coronariopatas portadores de hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia (800 +/- 100 mg/dl). Foram estudados 58 pacientes, sendo aplicado o teste do qui quadrado, não se revelando significativo (X2 = 0.77), porém verificaram que houve correlação entre a competitividade (hostilidade) maior no sexo masculino, assim como hostilidade e colesterolemia tanto no homem como na mulher (mais comum quando os casos eram do tipo A).

Nos 30 pacientes estudados por Paiva (1983), (15 Perfil A e 15 Perfil B), através da articulação da palavra, intensidade, ressonância, altura, extensão, velocidade e rítmo da voz, além da respiração, observaram pela análise estatística de todos estes parâmetros correlacionados com o perfil A, que 53% demonstraram pela velocidade e ritmo vocal elevados, que são indivíduos tensos e que exprimem vontade de omitir dados do discurso.

A angina durante o coito se processa em 9% dos casos (Grand & Delorme, 1982) e a morte em 3 em cada 500 homens (0,66%).

Ueno (1963) verificou a morte súbita durante o ato sexual entre 5559 casos somente em 34, entretanto todos estavam prevaricando. Isso mostra a importância do sentimento de culpa.

Miller de Paiva (1930, 1954, 1956, 1959, 1962, 1966, 1967, 1970, 1971, 1972, 1976, 1977), demonstrou como o estresse por conflitos inconscientes podem atingir os órgãos genitais produzindo:

1. Amenorréia: defesa para não ter coito - fechar-se diante do perigo sexual, ou por insegurança - falta do falo (desejo inconsciente de ser homem) ou por agressividade aos pais, desejo de estar grávida, etc.;

2. Dismenorréia seria por auto-punição por fantasias incestuosas e proibidas. A meno ou metrorragia seria para colocar para fora fantasias inconscientes incestuosas ou agressivas ou defesa contra o coito;

3. Tensão pré-menstrual: raramente por cisto ovariano ou varizes pélvicas, maior número por conflitos inconscientes que se manifestam através do aumento da curva hormonal (estrogênios, progesterona, aldosterona, anti-diuréticos, retenção hídrica, confirmados pelo esfregaço vaginal, biópsia do endométrio e na análise dos sonhos). Por vezes não há aumento hormonal, sendo predominantemente psicológico.

4. Reação às pílulas anti-concepcionais: as mulheres que tiveram conflitos com as mães durante a infância e adolescência apresentavam, na maioria dos casos, problemas de gestose, por despertar o objeto aletargado - mãe fantasiada como má;

5. A pseudo-frigidez: 67,5% das mulheres tornam-se frígidas por culpabilidade masculina (50% dos casos por orgasmo rápido, brutalidade, avareza, machismo, etc.) e culpabilidade feminina (complexo de Édipo, inveja fálica, sentimentos culposos e falta de amor e predomínio da figura combinada que é sempre persecutória);

6. A esterilidade, aborto e hipogalactia (91%) seriam decorrentes de estresse produzido por conflitos inconscientes culposos em relação aos pais (regida pelo talionato);

7. Psicoprofilaxia do parto: é indispensável aplicá-la, principalmente devido ao estresse produzido por conflitos inconscientes culposos em relação a figura materna castradora, levando ao espasmo do colo uterino e dificuldades no parturir.

O estresse emocional pode produzir obesidade através do estimulo no hipotálamo, produzindo o aumento do neuropeptídeo Y (estimulador do apetite) ou pela colecistocinina (controlador da saciedade). 

O tecido adiposo funcionaria pela fantasia inconsciente do paciente como objeto mau castigando-o, dai a dificuldade do tratamento, pois ele, inconscientemente, “precisa” se castigar, por não ter tido afeto suficiente às suas necessidades.

A psicanálise ou grupanálise, associada a diminuição da ingestão de alimento (e não acentuando o regime pois o obeso é “do contra” pelo predomínio do instinto de morte) tem dado bons resultados assim como a terapia comportamental, segundo Lipp (1984) executada por profissional competente.

As síndromes hipoglicêmicas mostram um conflito entre a insatisfação pela tarefa e a responsabilidade em executá-la. O estresse hipoglicêmico, choque insulínico e L-DOPA podem aumentar a melatonina. Esta última melhora o humor, daí sua indicação para as depressões melatoninicas (sezonal) e esquizofrênicas.

Testes para estresse no pré-operatório (“Cold Pressor”, concanavalina e fitoaglutinina) podem provar as infecções no pós-operatório.

Miller de Paiva (1976, 1956) demonstrou que a maioria dos chamados “bicos de papagaio” nada tem com a síndrome dolorosa. A dor está relacionada com fantasias inconscientes culposas de querer agredir e não poder. Tal é o sistema bumerangue: quem é hostil recebe de volta a própria agressividade, por intermédio do sistema endócrino - aumento da substância P (Pain Production Substance) e bradicinina (nas inflamações).

O reumatismo psicogênico ou nevrálgico (dor lombar, na coluna, doença de Duplay, etc., com exceção das osteoartrites de causas orgânicas e infecciosas) depende das fantasias inconscientes originárias nos períodos de molde e exacerbados por fatores de situação (humilhação, conflitos conjugais, domésticos e de trabalho). A psicanálise e a psicoterapia analítica de grupo tem dado excelentes resultados para o desaparecimento da dor.

Além da substância P (pain production substance) descobriram que a diminuição da beta-endorfina, encefalina e mais recentemente, a neurocinina e o nerve growth factor, exercem evidente influência no processo dor (Jessel. 1977)(Arai, 1988).

Nos pacientes com "perfil álgido", encontram-se pais verbalmente abusivos, agressivos, com distúrbios das relações interpessoais e conjugais, dominadores, porém afetivos somente quando o paciente estivesse doente (Adler, 1989).

Na ciática e dor lombar encontram-se personalidades superativas, irrequietas, dominantes, perseverantes e com extremo altruísmo, porém sob esta máscara apresentaram profunda insegurança, desejo de dependência, são cônjuges submissos, com "crise de superioridade", que não pode ser mantida (Kutemeyer, 1979).

Na meditação transcendental (TM Sidho Program) ou Zenbudismo há redução do consumo de O2 e maior eliminação de CO2, expansão respiratória sem hiperventilação, subsequente aumento de lactato sangüíneo e epinefrina, redistribuição do fluxo sangüíneo esplênico, aumento de prolactina e do ácido  5-hidroxindolacético (excreção), fenilalanina e coerência interhemisférica do EEG com baixa do cortisol e testosterona. Se a meditação for prolongada abaixa, também, a pressão arterial e a colesterolemia (Werner, 1986).

Miller de Paiva (1990) estudou a anorexia nervosa comparativamente com a esquizofrenia, tanto do ponto de vista hormonal, como psicanalítico. Concluiu ser ela uma psicose monossintomática causada pelo conflito com a mãe (peito tóxico, isto é, leite = alimento = tóxico = mãe).

Verificou também que as doenças alérgicas (urticária, eczema, rinite, asma, etc.) são de estresse produzido por ressentimento.

A criança sente-se abandonada por ter fantasias agressivas aos pais, principalmente à mãe, devido as suas agressividades sufocantes. Sente-se como se tivesse sido abandonada em uma estrada deserta e vivendo em constante estado de estresse. Para tal, necessita do tripé: predisposição genética, alergeno e os conflitos psicológicos (Miller de Paiva, 1976).

Asma é conflito de 3ª geração no relacionamento de pais e filhos, havendo diminuição de afeto (Faleeide & Unger, 1985) e o sistema dopaminérgico está alterado naqueles que sofrem de sentimento de separação dos pais (Azuma, & Okuse, 1985).

Através da hipnose provoca-se uma crise com aumento significante de histamina somente no grupo dos que respondem com asma (Mattheus & Sfiney, 1988). A morte por crise asmática dá-se, mais freqüentemente em indivíduos com depressão e conflitos familiares (Miller, 1985).

O tratamento por psicoterapia de grupo para as mães das crianças asmáticas tem dado bons resultados (Ago, 1985), principalmente nos casos refratários a outros tratamentos.

Mestriner (1989) demonstrou em crianças, através do teste de relação objetal e estória de Walter Trinca, que podia-se diagnosticar uma criança asmática assim como a sua gravidade havendo sempre um conflito com os pais, principalmente com a figura materna.

A angústia seria a ansiedade crônica em crise aguda, exuberante, anacrônica, fantasmática, estereotipada. Ela pode se processar com pânico ou sem estado de pânico. 

São quadros bioquimicamente bem diferentes, em que há elevados aumentos dos níveis de epinefrina e hormônios ansiogênicos (antigabamodulina, tribulina), todavia a paratiramina, e mono-amino-oxidase plaquetárias, somente aumentam nos casos de pânico fóbico) (Miller de Paiva, 1983).

Durante uma partida de basquete, o time que estava perdendo era constituido por jogadores ansiosos que revelavam níveis elevados de epinefrina. Depois, surgiu uma briga, durante a partida, em que esses mesmos jogadores do time perdedor mostravam enorme agressividade e, ao mesmo tempo, níveis elevados de norepinefrina que, provocando uma intensa reação neste sentido, acabou por levá-los a uma autêntica reação geral e à vitória (Elmadhjan, 1963).

O pânico produzido pela infusão de lactato não produz crise em todos os pacientes (não serve de modelo), só em 56%, devido a influência do estado cognitivo e emocional. Os tricíclicos e inibidores da MAO reduzem a crise de pânico, mas não interferem na ansiedade e, as benzodiazepinonas inibem a ansiedade e não o pânico (Margraf, 1986)

Certos fatores estressantes (objetos maus introjetados por fantasias inconscientes ou por copy-style, etc.) podem produzir os estados depressivos, principalmente quando o ego é frágil ou esburacado e o indivíduo teve um mau período de molde (0-7 anos de idade por falta de afeto, amor, reverie e proteção dos pais).

O estresse emocional atuaria por duas vias: uma, através da baixa da serotonina e diminuição do cortisol constituindo a depressão apática, e outra pelo aumento do cortisol, levando a depressão ansiosa, ambas de aspecto endógeno.

Miller de Paiva (1990) encontrou em esquizofrênicos nas fases de prostração (estresse crônico) a Síndrome da Astenia Neurocirculatória com T3 e metabolismo básico baixos. 

Este trabalho foi confirmado por Joffe (1985), Orsulak (1984) e Chopra (1983). As dosagens das feniletilaminas (PEA ou DMPEA) ou pink spot foram positivas em 12 esquizofrênicos hebefrenicos.

Na hebefrenia e na esquizofrenia simples, o estresse é o pânico constante, motivo pelo qual estas substâncias estão aumentadas, assim como os hormônios ansiogênicos - antigabamodulina, tribulina (Miller de Paiva, 1990), taraxeina, bufotenina e diminuição de destirosina-gama-endorfina com alteração no metabolismo da dopamina D2.

As cadaverinas e putrefacinas dos intestinos apresentam-se aumentadas no sangue de esquizofrênicos, sob forma de mono-acil ou monopropilcadaverina que despolarizariam a membrana do neurônio (Dolezanova, 1979). Existem inúmeras substâncias intestinais que podem ser tóxicas ao neurônio: exorfina, gliadina, colecistocinina, V.I.P., etc., principalmente em estado de estresse. Herpes genital diretamente aparecendo após conflitos emocionais (Longo & Clum, 1989). O indivíduo desempregado e divorciado apresenta diminuição das defesas imunitárias.

O estresse prolongado produz endorfina e esta suprime NK (células assassinas) e assim poderá aparecer o câncer. O tumor Matt 13762 quando o rato em estresse eleva a prolactina; a injeção de beta-endorfina no núcleo da rafe aumenta o número de metastases. O estresse por choque contínuo (que não se pode evitar) denominado “escravizado” (Yoked) faz diminuir o NK. O macaco “lutador” escapando do choque reduz o crescimento do tumor transplantado (Sklar, Bruto & Anisman, 1981). Assim ocorre com os indivíduos portadores de neoplasias, chamados de “espírito forte”.

La Barba e colab. (1972) chegaram a conclusão que o estresse nos primeiros dias de vida dos animais, com separação da mãe, falta de manipulação ou excesso de população, diminuem os seus títulos de anticorpos, porém somente quando adultos; as alterações imunológicas residuais persistiam ao longo da vida. O estresse crônico produzido pelo sentimento inconsciente de culpa por ódio intenso a pessoa que só deveria ser amada (fantasia da figura combinada ainda persecutória, isto é, não resolvida ou perdoada, originária no período de molde - 1 a 6 anos de idade) acarretaria certas neoplasias, principalmente havendo predisposição genética e precedido por estado depressivo.

A psicossomática visa as raízes inconscientes das relações interpessoais. Ela não é Antropologia porque não estuda somente o homem, ente gregário, mas a relação dele consigo próprio, e ainda mais, ela é para nós, gnose, conhecimento. O psicossomatista deve ter, além de conhecimento sobre o orgânico, sobre estruturas, sobre o funcional, necessita ainda conhecer a ciência do mundo inconsciente e sua  paleológica, para assim poder "tirar a máscara" do paciente, pois ambos têm que ser entendidos (ato de esperança), tem que ser acreditados (ato de fé) e de não serem aceitos como verdade  pura, para não estagnarem e, assim, ambos, pacientes e psicossomatista, terem oportunidade de novos crescimentos, porém sem ter a pretensão de chegar ao Homo Noumenon e, simplesmente, ao Homo Erogenus ou dionisíaco (eternamente criar a si próprio). O psicossomatista não deve ser um ser no  mundo (existência passiva ou tanática) e sim estar no mundo (ativo, construtivo e libídico).

Finalmente, a “Psicossomática, hoje” progrediu satisfatoriamente.

No número de 50º aniversário da "Psychosomatic Medicine", os editoriais mostraram principalmente, o progresso bioquímico e psiconeuroimunológico da correlação mente-corpo. É muito estranho que esta sociedade e nesta revista fundada por psicanalistas não tenha sido devidamente mencionada no editorial desta comemoração, a contribuição psicanalítica que revolucionara os conceitos etiopatogênicos. Isso não aconteceu no Brasil pois a psicanálise psicossomática alcançou estágio nesta especialidade. Dos 9 ex-presidentes da Associação Brasileira de Medicina Psicossomática, todos eram psicanalistas.

Estresse

Para o estudo do estresse foi utilizado questionário para avaliar os fatores que favorecem e acompanham o estresse (Miller de Paiva, 1990), que consta de 36 perguntas diretas e respostas cuja intensidade é avaliada em pontos e os resultados interpretados a partir dessa pontuação.

ESTRESSE

1. Tensão emocional (preocupação, insatisfação).
2. Trabalho sentido como excessivo (desgastante).
3. Ressentimento*
4. Aborrecimento
5. Depressão (mais acentuada que o aborrecimento).
6. Tristeza
7. Irritabilidade (doméstica, social ou no trabalho).
8. Inveja
9. Cansaço físico relacionado com tensão emocional.
10. Ignomínia ("ursada" de amigos e parentes).
11. Cefaléia
12. Dores nas regiões cervicais, lombares ou nos membros.
13. Dispepsia quando nervoso
14. Flatulência por qualquer alimento.
15. Discussão apaixonante e acalorada. Imagina cenas amedrontadoras.
16. Mal dormir
17. Levantar precoce, sentindo-se cansado
18. Pesadêlos.
19. Desatenção. Dificuldade de concentração devido a maus pensamentos.
20. Memória anterógrada e retrógrada enfraquecidas.
21. Palpitações
22. Sudorese palmar e plantar
23. Tremores de pequenas oscilações nos quirodáctilos. 
24. Obnubilação mental antes das refeições
25. Indisposição geral.
26. Impulsividade
27. Poliuria emocional
28. Agitação psicomotora. Bruxismo
29. Tonteira
30. Bulimia ou anorexia
31. Diarréia ou constipação.
32. Alterações da libido
33. "Globus" (bola que sobe até a garganta e depois desce até o estômago).
34. Hipersugestionabilidade
35. Masoquismo
36. Suspirose ou dispnéia

* (doméstico, social ou no trabalho).

1 = nunca
2 = raramente
3 = às vezes
4 = com muita freqüência

- Interpretação dos resultados:

- abaixo de 40  =  não há possibilidade de ser estresse.
- entre 40 - 65 =  suspeita de estresse.
- entre 66 - 99 =  estresse moderado.
- > 100  =  estresse intenso.

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